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sábado, 19 de março de 2011

Planos e gatos


Acontece que acabei de deixar para trás minha vida acadêmica. Sou oficialmente e ansiosamente, bacharel em Biblioteconomia. E a impressão que tenho é de que terminei a 8° série (coisa do meu tempo, agora é nono ano). Se me perguntarem quais os meus planos hoje, sem hesitar, falarei de pós, cursos, eventos científicos, emprego, etc. Este diploma foi apenas as 3 primeiras, de 50 páginas, do meu currículo Lattes.

Essa necessidade me faz excluir totalmente qualquer menção, por mais insignificante que seja, relacionada a filhos, marido, terapia de casal, etc. Percebam que não é algo do tipo “ah, eu não quero pensar em constituir família e deixar de ser forever alone”. Não é isso, eu simplesmente não penso. Com exceção de agora. Aliás, escrever este post foi uma tentativa de garantir que não irei apagar esta possibilidade da minha vida por completo (ou não).

O máximo de “ser vivo” que vou ter pra chamar de meu, nesse período, serão meus gatos.

 

quarta-feira, 9 de março de 2011

O fato

Isso me assusta. Isso dos dias passarem tão rápido que quando eu ainda estou pensando no que vou fazer, já perdi a oportunidade de fazê-lo. Traduzindo: loser life. Mas não é sobre isso que irei falar. Só o fiz para justificar a escassez de posts. Enfim.



Não lembro o porquê, mas algo me fez pensar sobre as avós de hoje em dia, e o modo de vida que elas tiveram há uns 50 anos atrás. Percebo que me identifico com aquele estilo de vida. Não no aspecto de ter como ocupação diária os serviços domésticos e como distração a confecção de uma colcha de tricô. Tudo tem um lado trágico afinal.



Como exemplo, cito alguns aspectos comportamentais, que eram adotados pela maioria. Sabe essa história de um único casamento pra vida toda, não passar o tempo sendo uma biscate ou uma boneca inflável orgânica, ter alergia a homem alheio, mostrar no máximo 20% do corpo (vamos arredondar para 50% vai), educar os filhos para não terem filhos antes dos 12...



Dentre outros aspectos que, atualmente, chegam a ser considerados caretas e passam a pertencer ao roll das realidades falidas. Este tipo de mentalidade, que para muitos pode ser arcaico, eu vejo como satisfatório e extremamente válido.



Muitas indignações surgem ao logo da firmação de tal atitude:



– Como essa menina consegue viver sem balada? sem liberar pra rapaziada? Sem tomar uma gelada?



Não sei bem o que contribui, decisivamente, para esta atitude. Suponho que os episódios que me colocaram frente as experiências opostas a tal comportamento, não foram tão convincentes assim. Também deve ser pelo fato de dedicar total indiferença a boa parcela da humanidade, o que me afasta do comportamento coletivo. Por aí.



Mamãe diz: “Obrigada Jesus”