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terça-feira, 30 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E as novidades?

Poderia ir visitar aquela amiga que repete, incansavelmente, a célebre frase “você está sumida” todas as raras vezes que nós encontramos. Poderia sair com aquele amigo que, da ultima vez que nós vemos, fez questão de cobrar  “você está me devendo uma ida ao lugar X”.  Poderia ter alguma resposta - ao invés de uma cara de idiota e um “nada” - toda vez que aquela outra amiga me perguntar “quais as novidades?”. Poderia ir visitar meu sobrinho que... é meu sobrinho.

Antes poderia ser encontrada em lugares públicos e em piadinhas do dia seguinte com mais freqüência. Ultimamente a minha satisfação em ficar distante tem aumentado, graças a constância de atitudes, as conversas previsíveis, o egocentrismo desinteressante, as obrigações diárias etc. (etc, mesmo). Tudo isso tem estacionado no “poderia”, porque tudo tem passado a ser secundário. Isso faz com que as características que mais incomodam muitas pessoas sejam os meus maiores prazeres: Ficar sozinha e ficar calada.  Aliás, já eram. Apenas se intensificaram. 

Assustadoramente, eu não sinto esse incômodo. Nem sei como poderia sentir. 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Vai ver

A unica sensação que predomina quando estou voltando pra casa, é o imenso desejo de estar em casa. Então, enquanto não alcanço o portão esse objetivo não sai da minha cabeça. Mas há excessões. Como no dia em que estava há alguns passos de chegar quando ouvi:

ela: - Karinaaaaaa!!!
eu: - oi! tudo bem?
ela: - tudo!
eu: - você está morando aí?
ela: - sim, e você?
eu: - moro nessa rua ao lado! errr... tchau!

Este dialogo poderia ser classificado como comum (com uma despedida super natural ) se não houvesse alguns questionamentos: Quem seria aquela pessoa? Por que eu agi como se a questão anterior não existisse? Por que eu não subi e falei sobre o tempo e pedi um cigarro?
Sei lá.
Talvez uma reação coerente não é valida no caso de encontrar um desconhecido que  te conhece. Vai ver eu conheço alguém que me desconhce. Vai ver eu tenho uma coleção de ex-conhecidos. Pra compensar esse erro de memória, deveriamos lutar para um dia no calendario dos "conhecidos descartáveis". Tão simples.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ajude-se

Qual a utilidade de um livro de auto ajuda? Eu não vejo uma sequer. Sempre me pergunto isso porque eu tenho um. Acidentalmente (ganhei de um desconhecido que tentou se aproximar, mas esqueceu que conhecer antes é um pré-requisito para não errar em um presente), e já tive que ler outros. Forçadamente.

Ah claro! A própria denominação já traduz o sentido: você vai ajudar a si mesmo. Muito simples! Mas perceba que isso vai acontecer porque um felizardo (autor) resolveu lhe explicar, passo a passo, os segredos do Manual de Instruções que veio anexado na placenta dele. Ele teve essa sorte. Mas algumas pessoas tiveram a sorte de ter dinheiro e pagar pra ele ajuda-las. Dinheiro e, auto-ilusão? 

Ele sabe o que você precisa saber e sabe também que existe solução pra esse mal chamado SER HUMANO.

Até agora esse foi o lado cômico da minha impressão. O trágico mesmo acontece quando eu começo a ler esse tipo de texto. Eu ouço uma voz narrando na minha cabeça. Sério mesmo. Sabe aquele filme “Super Xuxa contra o baixo-astral”? Você, criança dos anos 90, lembra daquele tom de voz que ela usava, principalmente quando chamava todos os baixinhos pra lutar contra o baixo astral? Pois é. 

Então, se tiver tempo e não tiver narradores mentais, recomendo que leia, sinta a motivação exalar e transmita essa sensação por meio de uma apresentação de power point. Feche com aquele trecho que abre as portas para a salvação. Exemplo de trecho (do meu livro cof cof):

“Porque muitos falharam em conquistar a felicidade? Porque quiseram o perfume das flores, mas não quiseram sujar suas mão para cultiva-las”

Depois disso é só fechar o livro e... do que mesmo eu estava falando?