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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

2 minutos

Poucas horas da manhã, quando a porta do meu quarto é aberta violentamente. A luz é acessa sem dó nem piedade. Era minha mãe. Ela falou, bem, quase gritou:

- Karina tua gata entrou na casa do vizinho da frente, já vi que ela gostou de lá e vai te trocar por eles!

- humrum (na verdade nem lembro se respondi)

A porta se fechou. A luz continuou acessa. E eu nem pensei em chorar. Voltei a dormir.

Dois minutos depois...

- ela voltou!

Viu, nem senti o abandono. Se eu tivesse acordado teria tido dois minutos de infelicidade gratuita. Logo, pior do que ser abandonada é acordar.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Parênteses imaginários

Todo mundo sabe que a pontuação esta diretamente ligada a forma de como falamos. Mas esse é um fato de total desimportância para qualquer pessoa. Acho mais fácil alguém parar pra pensar na evolução histórica do provérbio chinês do que na representatividades da pontuação na nossa fala.

Então, eu resolvi perder tempo revolucionar!

Mas com uma ênfase muito mais que especial para o parêntese. E de fato é o meu preferido.

Pare! e visualize...
Você está com uma alguém (amiga, colega, conhecida, tem que ser mulher), quando de repente surge a atual do ex-namorado dela  e, aparentemente, demonstram um convívio socialvel. Ambas se cumprimentam e se entreolham com uma empatia comovente. Até a menina virar as contas e você ser surpreendida com um tom de voz aspero: "Como ele consegue comer essa galinha flácida?".

A menina continua com vocês,  e todas riem em meio a tantas palavras agradáveis, mas de vez em quando surge um espaço para o veneno entre parenteses. 
 
A partir de várias análises eu pude observar que:

1)  Existe duas formas de identifica-lo: quando as palavras são sussurradas ou quando muda o tom de voz;
2) Normalmente se manifesta em mulheres;
3) Tem como codinome "falsidade femenina"

 Esta é apenas um exemplo das inúmeras possibilidades que o parenteses imaginário nocivo pode contribuir para um mundo pior. As outras formas de manifestações, com certeza, não são tão atrativas quando a evoluçã histórico-científica-emocional do provérbio chinês.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

É o fim...


- Oi monitor! que tal um vinho?

Sabe quando você prefere ficar encarando o monitor do pc ao invés de começar a fazer algo realmente importante na sua vida?

A partir desta situação é que eu me pergunto: Será que se isso fosse realmente importante eu preferiria ficar encarando o monitor?

Encarar o monitor é eufemismo de ficar lendo inutilidades que daqui 15 minutos serão enviadas automáticamente pra minha lixeira mental. Enquanto isso... na minha cabeça fica entoando a nota mental do fracasso:  PERDI, PERDI, PERDI!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Vocação existencial

Um dos focos da vida é buscar, incessantemente, meia dúzia de prazeres diários e doses homeopáticas de sensações memoráveis. Tudo isso com a mesma finalidade: não viver na merda. Este tipo de ação é intensificada nos últimos dois dias da semana.

Eu não sei por que, mas parece que algumas das pessoas que existem diante dos meus olhos se unem para entoar uma única verdade universal e não conseguem viver em paz se não cumpri-la. Essa verdade se resume em gastar toda a energia, grana e paciência alheia em prol de um fim de semana regado a agitação, euforia manipulada, falsa felicidade, libidinosidades e ressaca.

Até então nada muito perturbador. Mas um fator determinante para o horror  desta situação está na frequência dedicada a isso:

SEMPRE

Não, eu não estou fazendo curso preparatório pro celibato. Mas esta fase “eu gosto do estrago” já passou faz um tempo. E de fato foi POR UM TEMPO. Essa história de viver assim para sempre é uma coisa muito sambistabêbadofeelings. Deixa a vida me levar, vida leva eu? Não, obrigada! prefiro ficar aqui esperando o apocalipse.

Prazer mesmo é assistir filme, comer, ler, dormir,  navegar, assistir seriados, comer, assistir mais filmes, navegar, ler, comer, dormir, assistir outros filmes, comer... e THE END. 

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Não vale a pena ver de novo


Domingo passado, dia 3, presenciamos a repetição de mais um dos episódios da história da política nacional intitulado: “Impotência, a gente vê por aqui”. Infelizmente os protagonistas não são os senhores decrépitos e incapacitados pelo tempo, pelo contrário, são todos aqueles com direito ao voto. Incapacitados pela ignorância.

É isso que vejo no voto, nada mais, nada menos, que um sinalizador de impotência perante a sociedade. 

De que adianta ter o direito de mudar o pais se, no final, estas mudanças competem aos nossos “autores políticos-paladinos” que definem o nosso roteiro como bem entendem? E o povo? interpreta prontamente seu papel de marionete, com o direito de receber o cachê em bolsas misérias que valem mais que barras de ouro. 

E desenvolver essa trama não exige nenhum esforço, tampouco preocupação em ser convincente. Bestar atuar, seja no nível de estrela hollywoodiana ou de ator principiante em Malhação, apenas atuar. Isso somado ao marketing intenso, ao controle dos meios de comunicação e as toneladas de dinheiro jogado no bueiro, digo, panfletos e santinhos extremamente edificantes.

Na seção onde votei pude ter a prova disso. Logo na minha frente tinha uma moça que ainda não sabia como contribuir para o Brasil, e divinamente encontrou um santinho no chão com sugestões de candidatos a ocuparem os cargos disputados. E foi assim que ela decidiu quem deveria ocupar os cargos concorridos. Tirando os nomes do lixo e colocando o nosso futuro no mesmo. 

Então, já que sou obrigada a assistir esta emocionante aventura, espero sinceramente que nos roubos dos próximos capítulos não esteja incluso o meu sofá.