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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Os sacrificios de uma opinião

Opinião não é uma dádiva divina, tampouco um dom. Qualquer um tem a sua. Basta possuir um cérebro, e claro, pertencer a raça humana, supostamente racional. Nada é mais gratificante que opinar, debater ou discutir sobre algo que você domina e que, consequentemente, transformou-se em conhecimento graças ao seu empenho em desvendar todas as facetas daquilo que lhe interessa.

Mas... considerando que contrariar é muito mais que especial, devemos ressaltar que opinar, debater ou discutir sobre o desagradável também é sinônimo de saúde. O seu desagradável preferido. E dependo do que se trata, as vezes é necessário se aprofundar em busca de argumentos  que comprovem e crie subsídios para justificar o seu asco. Foi o meu caso. Tive que ler 5 obras daquele escritor... aquele escritor que pode ser representado no seguinte placar: Paulo Coelho 0  X 10.000.000... Sabedoria de banheiro.

Foi ele que me fez chegar a análise desta situação. Isso por que muitos garantem que suas palavras são dignas de serem as mais sábias entre os viventes, a ponto de tornarem os textos bíblicos um reles enunciado da bula de um vidro de elixir paregórico. Mas para mim, não passava de um amontoado de insignificâncias. Conhecia superficialmente sua vida e suas obras, e em nada me atraia. 

O pior foi quando me deparei com questionamentos do tipo: “se não experimentou, como você tem autoridade para dizer que não é bom?”. Diante do desafio, resolvi encara-lo e comprei um livro (graças a Avon o meu prejuízo não foi tão grande). Depois emprestei o restante. Pra completar o teste de sobrevivência, conheci uma amiga devota de São Paulo Coelho.

Resultado: Consegui ter um respaldo empírico daquilo que eu já pressentia. E o que me era indiferente, agora é detestável. Comprovado cientificamente, digo, penosamente.

Portanto, sustentar uma opinião as vezes requer sacrificios. Somado ao risco de  uma maioria achar que você deve ser capturado para abrirem seu cérebro em um laboratório, em busca de respostas para entender seu estado de aberração. O importante é ter em  mente (vale tatuar também hein) que "toda unanimidade é burra".

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